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V, 9, 2025
Editorial
Publié en ligne le 31 août 2025
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A presente edição abre-se com um suplemento ao dossiê “Aspects sémiotiques du changement” aqui publicado em 2023, seguido por uma série de secções doravante familiares aos nossos leitores. Problemática da mudança e problemática do sentido são estreitamente ligadas. A emergência do sentido depende efetivamente de dispositivos sintáticos que se traduzem usualmente por descontinuidades perceptíveis no tempo e/ou no espaço, ou seja por “mudanças” na superfície : outras tantas manifestações do princípio fundador de toda significação, a saber o princípio de diferença. Grande parte do dossiê publicado há dois anos tendo sido dedicada à descrição de casos particulares deste gênero, a ambição do presente suplemento é de retornar à noção mesma de mudança. Para tal, os autores se referem, desta vez, a vastos campos — científico (G. Longo), filosófico (J.-P. Petitimbert), histórico (F. Sedda), político (J. Fontanille), semiolinguístico (R. Nicolaï), musical (S. Smith). Ao estudar os diversos modos como a mudança é pensada nestas distintas áreas, cada um dos autores abre uma via de indagação própria. Dada esssa diversidade, o projeto de construir uma base conceitual comum mantém-se aberto. A esses desenvolvimentos sucede um artigo que confronta novas perspectivas teóricas no que diz respeito à semiótica do espaço, visto enquanto quadro da experiência vivida (secção Ouvertures théoriques) ; logo depois, três estudos que, dando conta de práticas de vida (N. Fernandes) ou de produções, umas, picturais (M. Bogo e J. Pondian), outras midiáticas (C. Alfeld), ilustram o caráter operacional de vários modelos oferecidos pela disciplina (Analyses et descriptions). Seguem o exame, rico de questões inéditas, de um clássico relativamente negligenciado de Greimas e seus colaboradores (Rétrospective, G. Ferraro) ; uma leve provocação, entre leitura da significação e apreensão do sentido estésico (In vivo, V. Martinez, M. Bogo) ; e para acabar uma reflexão crítica relativa às incertezas do tempo presente (Bonnes feuilles, F. Sedda). |
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É assim que o trabalho da equipe permanente da revista, representada na presente edição por três entre seus principais pilares intelectuais, J.-P. Petitimbert, G. Ferraro, F. Sedda, assim como por M. Bogo, N. Fernandes e C. Alfeld, é enriquecida pelos aportes de alguns entre seus compagnons de route, no caso, J. Fontanille, R. Nicolaï e S. Smith. Mas uma menção especial deve ser acrescentada a propósito da honra que nos faz o grande matemático Giuseppe Longo ao aqui estar conosco. Pode-se que, para um leitor apressado, a sua contribuição pareça, como se diz na escola, “fora do assunto”. A questão da mudança, longe de estar abordada diretamente, intervém explicitamente somente no decorrer de uma crítica (amplamente desenvolvida em outras obras1) dos pressupostos da ciência tal como hoje se prática majoritariamente. Para nós que defendemos uma semiótica ela mesma um tanto fora da norma, esse pleito a favor de uma abordagem nova, heterodoxa, é uma belíssima lição de antidogmatismo, de liberdade intelectual, de audácia e de criatividade. Mesmo que fosse só por isso, ela tem seu lugar — um lugar essencial — no panorama geral da nossa revista.
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1 Ver em particular G. Longo, Le cauchemar de Prométhée. Les sciences et leurs limites, prefácio de Jean Lassègue, posfácio de Alain Supiot, Paris, P.U.F., 2023. |
1 Ver em particular G. Longo, Le cauchemar de Prométhée. Les sciences et leurs limites, prefácio de Jean Lassègue, posfácio de Alain Supiot, Paris, P.U.F., 2023. |
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