Dossier — Aspects sémiotiques du changement

Finale

Enfim, in fieri.
Sobre as mudanças em devir
(e por vir)

Paolo Demuru
São Paulo, Universidade Presbiteriana Mackenzie

 

Publié en ligne le 23 décembre 2023
https://doi.org/10.23925/2763-700X.2023n6.64718
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1. Enquadrar as mudanças, mudar os enquadramentos

Os textos reunidos nesse dossiê enfrentam um duplo desafio. Por um lado, eles identificam e exploram vazios teóricos relativos ao tema proposto : os aspectos semióticos da mudança ; pelo outro, analisam mudanças concretas, mostrando, mais uma vez, como a semiótica é capaz de morder o real, iluminando-o sob novas luzes e perspectivas.

Tanto no primeiro quanto no segundo caso, as perguntas para as quais se busca uma resposta são as mesmas : como muda o sentido ? Como se passa de um dado modelo de mundo para outro ? Como discursos diversos (político, arquitetônico, gastronômico, publicitário, artístico, entre aqueles aqui contemplados) contribuem a moldar as percepções sobre as causas, os atores, os espaços e os ritmos de uma mudança ?

Os problemas que emergem também são parecidos. Em primeiro lugar, a necessidades de refletir sobre as “escalas” da mudança, para usarmos os termos propostos por Fontanille. A mudança pode ser abordada em seus nível macro, meso ou micro, defende o autor. Trata-se, é bom precisar, de níveis teóricos, cada um com uma precisa articulação interna, os quais, em seu conjunto, definem um modelo para a compreensão e a análise do fenômeno. Não é casual, nesse sentido, que no nível macro, a mudança seja definida, de modo geral, como “a produção de uma alteridade”, enquanto no nível meso e micro o olhar afunila-se cada vez mais, identificando, respectivamente, tipologias-efeitos (mutação, permanência, alteração, manutenção) e regimes (evolução, conversão, virada, renovação, revolução, subversão) de mudança.

 

Em seu ensaio sobre o conceito de “turbulência”1 e suas relações com os processos de criação artística, Franciscu Sedda oferece uma visão complementar àquela de Fontanille. O autor trata de como mudanças “sistémicas” podem ocorrer a partir de pequenas ações capazes de engendrar “tremores” potencialmente inovadores nos universos semióticos em que têm lugar. Um exemplo, amplamente discutido por Sedda, é aquele do Köln Concert de Keith Jarrett. Diante de um piano desafinado, com sons metálicos nas oitavas mais altas e fracos naquelas mais graves, Jarrett não se recusa a tocar. Pelo contrário, aceita o desafio e, aproveitando as limitações do instrumento, dá vida a uma das performances mais emblemáticas da história da improvisação jazzística, cujos impactos na produção e na fruição musical foram e são, ainda hoje, incalculáveis. Diversamente do que acontece nas “fraturas” (Greimas)2 e nas “explosões” (Lotman)3, nas quais o novo emerge da irrupção de um evento arrebatador que causa transformações imediatas e profundas, a mudança se dá, no caso da turbulência, por meio da exploração dos vazios do sistema, de torção continua de suas tramas preexistentes.

1 P. Fabbri, “Turbolenze. Determinazione e impredicibilità”, in T. Migliore (org.), Incidenti ed esplosioni. A.J. Greimas e J.M. Lotman. Per uma semiótica della cultura, Torino, Aracne, 2010.


2 A.J. Greimas, Da imperfeição, São Paulo, Hacker Editores, 2002.


3 J. M. Lotman, La cultura e l’esplosione, Milano, Feltrinelli, 1993.

O problema das dimensões da mudança apresenta-se também, de modo similar, nos textos analíticos. As autoras e os autores que se debruçaram em casos de estudos específicos compartilham, além de sua superfície, a mesma (antiga, para os estudos semióticos) preocupação de Sedda : entender a dialética entre sistemas, normas e usos sedimentados e as variações capazes de transformá-los de maneira mais ou menos profunda. O tema surge na reconstrução semio-arqueológica de Hammad, que constrói um panorama detalhado das transformações econômicas, sociais e políticas causadas pela introdução do regime da propriedade privada em Tell Sabi Abyad, na Síria. Ilaria Ventura Bordenca encara questões parecidas ao explorar as reações da semiosfera gastronômica italiana diante da chegada dos insetos às prateleiras dos supermercados e às cozinhas dos restaurantes do país (caso que, ao mesmo tempo, traz à tona o problema das resistências à mudança). Tiziana Migliore parte da relação entre as noções de langue e massa falante em Saussure, esquema, norma, uso e ato em Hjelmslev, norma e uso em Coseriu para analisar as apropriações e as ressignificações dos muros-fronteiras espalhados ao redor do mundo (Mexico, Palestina, etc.) realizadas pelas pessoas comuns. De modo menos explicito, mas na mesma toada, Alain Perusset repercorre as mutações da comunicação e, mais em detalhe, das embalagens, da Coca-Cola Zero, nos convidando a refletir sobre as articulações entre as mudanças relativas as tendências estético-culturais e aos estilos de vida e a maneira como a marca as incorporou, contribuindo, ao mesmo tempo, a consolidá-las. Em todos esses casos, a problemática da mudança remete àquela da praxe enunciativa, isto é, aos elos entre enunciações particulares e coletivas, suscetíveis de produzir, como aponta Migliore em seu texto referindo-se ao trabalho de Fontanille e Zilberberg, “distorções”, “remanejamentos”, “flutuações” ou “revoluções”4.

4 Cf. J. Fontanille e C. Zilberbeg, Tensão e significação, São Paulo, Edusp, 2011, p. 187.

Vislumbra-se, aqui, um outro eixo de reflexão explorado no dossiê : aquele relativo aos atores da mudança, ou, para usarmos um termo em voga, à “agentividade” dos processos de transformação social, cultural e política. A temática é diretamente enfrentada nos artigos de Caetano e Cuevas-Calderòn, Moreno-Barreneche e Yalan-Dongo. A primeira, situando-se na dialética entre estruturas consolidadas e variações locais antes mencionada, ocupa-se das metamorfoses operadas pelo movimento das mulheres indígenas na cotidianidade brasileira. Trata-se de verdadeiros atos de resistência contra um outro processo de mudança atualmente em curso : o extermínio dos povos originários. Articulando os conceitos de ação e transformação com os regimes de alteridade e interação propostos por Landowski5, Caetano evidencia como as mulheres indígenas procuram abrir brechas para a emergência de práticas que reafirmem sua existência por meio da desestabilização das categorias de gênero e, em particular, dos papeis sociais do masculino. Práticas “locais” e “localizadas” que visam mudanças radicais. Os segundos refletem sobre como o discurso político contemporâneo constrói o “povo” como agente da mudança política, identificando seus possíveis papeis actancias (destinador, destinatário, sujeito, objeto) e agentivos (o povo ativista, reativo, insurreto, conformista). O que emerge, aqui como em outros dos estudos que compõem essa edição (Migliore, Hammad, Ventura Bordenca) é uma questão fundamental que não pode deixar de ser contemplada quando se discute de mudança em chave semiótica : a questão do poder e das relações de força em jogo nos processos de transformação (ou de resistência à transformação) sociocultural. Quem pode e quem não pode mudar as coisas desse mundo em que vivemos ? Quem tem e quem não tem o direito de, caso queira, deixá-las assim como estão ?

5 Cf. E. Landowski, “Pour une grammaire de l’altérité”, Acta Semiotica, III, 5, 2023 ; Interações arriscadas, São Paulo, Estação das Letras e Cores, 2014.

Por fim, há o problema dos tempos, dos espaços e das formas — na acepção plástica do temos — da mudança. Já comentamos a respeito das transformações “turbulentas” discutidas por Sedda, do surgimento do novo a partir dos desdobramentos do que já existe. Mas a dobra como espaço e ação intersticial de produção de mudança é também objeto do artigo de Ceriani. Assim como Sedda, Ceriani defende que a mudança não pode ser entendida apenas como uma passagem pontual de um estado (S1) para outro (S2). Contrariamente à catástrofe, que focaliza o olhar sobre o ápice da mutação em curso, a dobra concentra-se nos nós, nos meios, nas passagens6. É na dobra que surge a instabilidade transformadora. É na dobra que se acumulam a incerteza semântica e as tensões afetivas que desembocam no ápice. É na dobra que a mudança pode ser inteligível e sensivelmente apreendida. E como apreendemos como as análises aqui desenvolvidas, mesmo as substâncias mais duras ou as formas mais rígidas podem ser dobradas : um muro na divisa entre Israel e Gaza (Migliore), as hierarquias sociais vigentes em um dado país (Caetano), as práticas cotidianas de uma cultura alimentar altamente conservadora como a aquela italiana (Ventura Bordenca).

6 A referência, aqui, é ao trabalho de Gilles Deleuze. Cf. G. Deleuze, Le pli. Leibniz et le baroque, Paris, Minuit, 1988.

Eis um convite para quem se aventura no estudo semiótico da mudança : mergulhar no fluxo das transformações e olhá-las em seu devir. Para enquadrar semioticamente a mudança é preciso mudar amiúde enquadramentos, habitar e articular, ao mesmo tempo, perspectivas diversas. Era essa, no fundo, a proposta de Greimas em seu estudo sobre os elos entre história fundamental e história evenemencial : pensar as permanências, os acontecimentos e as transformações históricas a partir da abordagem conjunta de níveis distintos, explorar e relacionar uma pluralidade de escalas e enfoques7. Os textos desse dossiê fazem isso de maneira exemplar.

7 A.J. Greimas, “Des accidents dans les sciences dites humaines”, in A.J. Greimas e E. Landowski (orgs.), Introduction à l’analyse du discours en sciences sociales, Paris, Hachette, 1979.

2. Caminhos a explorar

Ao abordar a problemática da dobra, tanto Ceriani quanto Sedda trazem à tona duas outras questões centrais para a compreensão semiótica dos processos de mudança : a sua dimensão aspectual e a sua dimensão rítmica.

Trata-se de um aspecto central e ainda pouco explorado. Nesse sentido, ambos os autores indicam algumas possíveis trajetórias de pesquisa. Antes de tudo, em uma camada mais geral, nos invitam a refletir sobre as diversas configurações aspectuais de uma mudança : contínua, descontínua, incoativa, terminativa, iterativa e assim por diante. Em seguida, apontam para a necessidade de detalhar esse primeiro nível identificando e especificando os ritmos da dinâmica aspectual. Quais seriam as formas e os movimentos que definem o andamento de uma mudança ? Tanto Ceriani quanto Sedda fornecem, em seus trabalhos anteriores, algumas pistas para dar uma resposta a essa pergunta8. É preciso considerar a divisão entre ritmos profundos e ritmos de superfície, as frequências, o movimento das formas, como diria Benveniste9 : espirais, fractais, sincopes, legato, sostenuto, para citarmos alguns dos conceitos elaborados por Sedda para delinear as articulações da categoria contínuo-descontínuo10. Noções que podem servir tanto para a análise de uma mudança de estilo inerente a um dado universo discursivo — o discurso jazzístico, por exemplo — como também para abordarmos mudanças históricas, em chave sociossemiótica e/ou semiótico-cultural.

8 Cf. G. Ceriani, Il senso del ritmo, Milano, Meltemi, 2020 ; F. Sedda, “Forme e ritmi dell’imprevedibilie”, Acta Semiotica, II, 3, 2022.


9 E. Benveniste, “La notion de ‘rythme’ dans son expression linguistique”, Problèmes de linguistique générale, Paris, Gallimard, 1966.


10 Cf. F. Sedda, 2020, op. cit.

Uma mudança política radical como aquela que se iniciou, no Brasil, com as assim chamadas jornadas de junho de 2013, levando, em 2018, à eleição do ex-presidente Jair Bolsonaro, pode, por exemplo, ser analisada focalizando em suas dimensões rítmicas. Como argumentamos em outras ocasiões, estamos, nesse caso, diante de um processo explosivo caracterizado, em um nível macro, pela experiência de um presentismo-atemporal, isto é, pela confusão da ordem sequencial dos eventos, típica da sociedade em rede, que insere o sujeito em uma temporalidade contínua e indiferenciada, onde tudo parece acontecer no mesmo, único e infinito, instante11. No entanto, em outra camada, o mesmo processo é marcado por outros formas e andamentos rítmicos. A linha que se estende de junho 2013 até à eleição de Bolsonaro, passando pelo impeachment de Dilma Rousseff é atravessada por uma sucessão serializada de eventos poli?tico-media?ticos pontuais e de grande impacto estesico : manifestações, panelaços, vazamentos, votações na Câmara e no Senado etc., a prisão de Lula, narrados e vividos, nas ruas e na mídia como uma disputa sensível entre torcidas futebolísticas. Em outros termos, o discurso poli?tico-midia?tico constrói e articula o tempo da crise política brasileira nos moldes de uma ficção seriada televisiva, na qual tudo acaba e recomeça de modo constante, contribuindo a engrossar as tensões da sociedade e a canaliza?-lãs dentro de seu âmbito específico. Se temos, portanto, em um nível “macro”, a percepção de um fluxo temporal continuo, durativo, atemporal, relativo a um único acontecimento que se delonga no arco de tempo considerado, em um nível mais “micro” esse mesmo fluxo aparece como descontinuo, marcado por uma iteratividade perpetua de acontecimentos estesico em relação entre si, por uma série de microexploso?es dentro da macroexplosa?o geral. Dito em outros termos, e? como se o presente atemporal-acontecimental produzido pelos tensionamentos recíprocos das semiosferas midiática e política se fractalizasse, reiterando-se e reproduzindo-se indefinidamente em escalas diversas.

11 P. Demuru, “Between accidents and explosions : Indeterminacy and aesthesia in the becoming of history”, Bakhtiniana, 15, 2019, p. 97.

Mas os caminhos abertos pelos trabalhos apresentados no dossiê não se limitam à problemática dos ritmos da mudança. Em todos os textos emerge também, mais ou menos explicitamente, um outro ponto crucial : aquele dos investimentos passionais e estésicos dos processos de transformação, sejam estes confinados em uma particular esfera discursiva ou relativos a universos socioculturais mais amplos. Mudanças diversas, e com ritmos diversos, podem ser vividas, sob o perfil estesico-passional de maneiras diversas. Mas também uma mesma mudança pode dar corpo a reações afetivas diversas, conforme o ponto de vista e o posicionamento de quem está nela envolvido. Levar em conta essa dimensão, especialmente no momento em que vivemos, nos parece uma tarefa essencial. Que paixões desperta, por exemplo, o discurso sobre as mudanças climáticas para aqueles que acreditam nele e para aqueles que o negam ? E isso não vale apenas para as mudanças que estão de fato ocorrendo, como também para as mudanças desejadas que ainda não se realizaram. Pense-se nas seitas que esperam pelo advento de um messias ou de uma nova era de prosperidade, a qual, claro, nunca chega a se concretizar. O que acontece, normalmente, diante da não-realização dessas profecias ? Surge uma profecia nova, uma outra história na qual acreditar. O que é interessante, no entanto, é fato de que a cifra do não é apenas semântica ou narrativa. O que está em jogo não é o valor da profecia, mas as paixões e os motos estésicos que ela proporciona. Assim, cria-se outra profecia para alimentar o envolvimento estesico-passional de seus adeptos. Como já mostrou Yvana Fechine, tanto nas seitas religiosas quanto naquelas políticas, o grupo de participantes é marcado por uma experiência em certo sentido “paranoica”, que adquire a forma de “uma ansiedade e de uma tensão com um estar-por vir”12. O que aconteceu em Washington, no dia 6 de janeiro de 2021, e em Brasília, em 8 de janeiro de 2023, quando massas de pessoas enfurecidas invadiram, respectivamente, o Congresso Norte Americano e os palácios do Três Poderes, foi exatamente isso : a tentativa, por um lado, de lidar com a frustração de uma profecia que não se realizou (a reeleição de Trump e Bolsonaro) e, pelo outro, o desejo e a necessidade de continuar a viver no mesmo estado (alterado) de consciência, nas efervescências dos corpos e dos sentidos.

12 Y. Fechine, “Passions et pre?sence dans le populisme nume?rique bre?silien”, Actes Se?miotiques, 123, 2020.

Trata-se apenas de exemplos a partir dos quais começarmos a identificar campos de atuação futura e elaborar alguns outras diretrizes de uma semiótica da mudança. A estrada a percorrer é ainda longa, mas os panoramas que se vislumbram são instigantes.

 

Bibliografia

Benveniste, Emile, “La notion de ‘rythme’ dans son expression linguistique”, Problèmes de linguistique générale, Paris, Gallimard, 1966.

Ceriani, Giulia, Il senso del ritmo, Milano, Meltemi, 2020.

Demuru, Paolo, “Between accidents and explosions : Indeterminacy and aesthesia in the becoming of history”, Bakhtiniana, 15, 2019.

Deleuze, Gilles, Le pli. Leibniz et le baroque, Paris, Minuit, 1988.

Fabbri, Paolo, “Turbolenze. Determinazione e impredicibilità”, in T. Migliore (org.), Incidenti ed esplosioni. A.J. Greimas e J.M. Lotman. Per uma semiótica della cultura, Torino, Aracne, 2010.

Fechine, Yvana, “Passions et présence dans le populisme numérique brésilien”, Actes Sémiotiques, 123, 2020.

Fontanille, Jacques, e Claude Zilberberg, Tensão e significação, São Paulo, Edusp, 2001.

Greimas, Algirdas J., “Des accidents dans les sciences dites humaines”, in Id. e E. Landowski (orgs.) Introduction à l’analyse du discours en sciences sociales, Paris, Hachette, 1979.

Da Imperfeição, São Paulo, Hacker Editores, 1987.

Landowski, Eric, Interações arriscadas, São Paulo, Estação das Letras e Cores, 2014.

— “Pour une grammaire de l’altérité”, Acta Semiotica, III, 5, 2023.

Lotman, Juri, La cultura e l’esplosione, Milano, Feltrinelli, 1993.

Sedda, Franciscu, “Forme e ritmi dell’imprevedibile”, Acta Semiotica, II, 3, 2022.

 


1 P. Fabbri, “Turbolenze. Determinazione e impredicibilità”, in T. Migliore (org.), Incidenti ed esplosioni. A.J. Greimas e J.M. Lotman. Per uma semiótica della cultura, Torino, Aracne, 2010.

2 A.J. Greimas, Da imperfeição, São Paulo, Hacker Editores, 2002.

3 J. M. Lotman, La cultura e l’esplosione, Milano, Feltrinelli, 1993.

4 Cf. J. Fontanille e C. Zilberbeg, Tensão e significação, São Paulo, Edusp, 2011, p. 187.

5 Cf. E. Landowski, “Pour une grammaire de l’altérité”, Acta Semiotica, III, 5, 2023 ; Interações arriscadas, São Paulo, Estação das Letras e Cores, 2014.

6 A referência, aqui, é ao trabalho de Gilles Deleuze. Cf. G. Deleuze, Le pli. Leibniz et le baroque, Paris, Minuit, 1988.

7 A.J. Greimas, “Des accidents dans les sciences dites humaines”, in A.J. Greimas e E. Landowski (orgs.), Introduction à l’analyse du discours en sciences sociales, Paris, Hachette, 1979.

8 Cf. G. Ceriani, Il senso del ritmo, Milano, Meltemi, 2020 ; F. Sedda, “Forme e ritmi dell’imprevedibilie”, Acta Semiotica, II, 3, 2022.

9 E. Benveniste, “La notion de ‘rythme’ dans son expression linguistique”, Problèmes de linguistique générale, Paris, Gallimard, 1966.

10 Cf. F. Sedda, 2020, op. cit.

11 P. Demuru, “Between accidents and explosions : Indeterminacy and aesthesia in the becoming of history”, Bakhtiniana, 15, 2019, p. 97.

12 Y. Fechine, “Passions et pre?sence dans le populisme nume?rique bre?silien”, Actes Se?miotiques, 123, 2020.

 

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Mots clefs : changement, rythme.


Plan :

1. Enquadrar as mudanças, mudar os enquadramentos

2. Caminhos a explorar

 

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Recebido em 10/10/2023. / Aceito em 30/11/2023.