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III, 5, 2023
Editorial
Publié en ligne le 30 juin 2023
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Acta Semiotica faz questão de orquestrar o discurso da semiótica tocando em vários registros (no sentido de variação da fala em função da situação), inclusive allegro e vivace. É uma maneira de mostrar que paralelamente à sua vocação científica, a disciplina participa dos mais diversos aspectos da vida. A presente edição não é exceção. Registro da auto-reflexão com o Point sémiotique. Para “fazer o balanço”, Jean-Paul Petitimbert lança um olhar crítico sobre nossa disciplina. Ele quer entender as razões de sua marginalização, especialmente na França. Após tê-las analisado, defende grandes mudanças nas nossas práticas de pesquisa e de ensino — mudanças tanto mais urgentes, sublinha, que a crise que vivemos no plano do ambiente e do clima, do social e da política, é também, em profundidade, uma crise de sentido que por sua natureza desafia especificamente os semioticistas. Registro conversacional com a rubrica Diálogo. Ao colocar a questão da relação entre a semiótica e as disciplinas vizinhas, os três interlocutores já reunidos no número precedente, P. Demuru, E. Landowski e F. Sedda, continuam a sua reflexão sobre as condições teóricas e práticas de uma melhor inserção da semiótica no debate geral atual. Registro da conceptualização com Aberturas teóricas. Manar Hammad prolonga aqui suas investigações sobre o espaço, agora integrando nelas uma problemática da apropriação : não são apenas os homens que circulam de um lugar para outro, mas também os fragmentos de espaço, as propriedades, que circulam entre os homens. Eduardo Yalán et Elder Cuevas procuram por sua vez relançar o antigo projeto de uma semiótica de inspiração marxista ; porém, deixando de lado a via traçada nos anos 60-70 por Ferruccio Rossi-Landi, propõem uma nova abordagem alicerçada nas problemáticas que, desde os anos 1990, renovaram a definição greimasiana do texto. Registro do fazer semiótico “em ato” com a seção Análises e descrições. Aqui, a eficácia analítica dos modelos é posta à prova de objetos específicos, seja o jogo de rúgbi, descrito por Marin Dargent por meio do modelo sociossemiótico interacional, o teatro de avant-garde pensado por Roberto Pellerey na perspectiva do modelo peirciano, ou o discurso “politicamente correto” questionado por Anna Maria Lorusso à luz da linguística estrutural. Registro da experiência com In vivo, seção que privilegia o “vivido” enquanto nível a partir do qual podem ser formuladas questões semioticamente pertinentes. Para essa edição, é a onda das paixões desencadeadas em dezembro de 2022 pelo « Mundial » de futebol que inspira as reflexões de Françoise Ploquin, Guido Ferraro et Giorgio Grignaffini. Registro da referência com as Bonnes feuilles, cujo princípio é extrair da atualidade editorial trabalhos suceptíveis de alimentar futuras pesquisas : desta vez um volume dirigido por Ana Claudia de Oliveira em torno da idéia de engajamento, aplicada à própria semiótica. Também, claro, o registro essencial do trabalho coletivo, com a seção Dossier. Está é a parte mais difícil de todo o empreendimento. Reunir uma equipe em torno de um tema ou um problema comum — aqui o da « Alteridade / Diversidade » — e garantir tanto a pluralidade quanto a coerência dos pontos de vista representa um ideal raramente alcançado. E por último, infelizmente, também há o registro da lembrança. Depois de ter perdido recentemente Paolo Fabbri, em junho de 2020, Per Aage Brandt, em novembro de 2021, Jean-Claude Coquet, em janeiro de 2023, pouco após ele nos ter confiado a publicação de um de seus últimos escritos, é agora a lembranca de duas outras grandes figuras fundadoras que somos levados a celebrar : Joseph Courtés, morto em 10 de março de 2023, e Desiderio Blanco, que nos deixou oito meses antes, em 2 de julho de 2022.
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