2, 2021

Editorial

 

Publié en ligne le 22 décembre 2021
https://doi.org/10.23925/2763-700X.2021n2.56782
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Acta Semiotica está de luto. Per Aage Brandt acaba de nos deixar. É uma perda imensa para a semiótica e, em particular, para a nossa revista, na qual ele sempre teve um papel de destaque, independentemente das designações dadas à publicação desde os tempos de Greimas.

O leitor encontrará nesta edição uma apresentação da obra de Brandt, feita por Jean Petitot, aquele entre nós que o conheceu de mais perto ao realizar com ele grandes projetos. Estas páginas trazem algo da presença mesma de Per Aage, ao mesmo tempo que permitem medir a importância de seu papel no campo das ciências da linguagem. Para explicar o percurso dele, Petitot constrói um panorama de grande alcance que aclara o contexto global no qual se situa a semiótica tal como a entendemos e a praticamos. Para aqueles que conheceram Brandt, esse texto cultivará a sua memória e provavelmente permitirá descobrir alguns aspectos novos de sua pessoa. E para os outros leitores, será a revelação do grande espírito que se escondia por trás de seu jeito sempre juvenil e de seu humor.

Publicamos também uma entrevista com Kestutis Nastopka, inédita em francês, que ilustra seu estilo de pensamento, mostra a diversidade de seus centros de interesse e, mais anedoticamente, evoca suas relações com Greimas e o grupo dele.

A seção Miscellanées, na qual publicamos um dos últimos artigos que ele nos confiou — isso há apenas uns meses — é dedicada à sua memória.

Este número inaugura ainda duas seções anteriormente anunciadas.

Inicialmente, Le point sémiotique traz uma reflexão de Guido Ferraro sobre o estatuto e o papel da complexidade em semiótica, texto ao qual fazem eco, nas Miscellanées, cinco artigos que trazem outros tantos exemplos de complexificações dos modelos e dos métodos de análise.

Em seguida, temos a seção In vivo, com duas contribuições, uma de Paolo Demuru relativa ao campo político, e outra de Roberto Pellerey sobre uma experiência no âmbito educativo. Feliz convergência, ambas mostram um semioticista na busca do que Greimas provavelmente teria considerado como umas « escapatórias » diante dos constrangimentos da vida contemporânea. Desejamos que estas primeiras intervenções sejam interpretadas pelos leitores como um convite para eles também tomarem a palavra neste espaço de livre expressão.

Mantendo a relação que une os Fóruns Acta Semiotica, organizados pelo Centro de Pesquisas Sociossemióticas, e os dossiês da revista, publicamos aqui as contribuições que resultaram dos encontros, realizados por meio de videoconferências, entre os dias 1 e 29 de outubro de 2020 a propósito dos Paradoxos do « pos- » consumismo. Entre outras hipóteses discutidas nos seis artigos deste dossiê, citamos aqui uma das mais provocativas, sugerida por Jean-Paul Petitimbert na sua apresentação : falando de « pos » consumismo, « será que se procura, por eufemismo, suavizar o fenômeno emergente e ainda marginal da des-consumação ou até mesmo do anti-consumismo ? ».

Encontra-se também nesta edição um pequeno Suplemento composto de três artigos — três como as dimensões da discursivisação (espacialização, actorialização, temporalização) — que vêm em adição ao dossiê publicado no numero anterior sobre uma questão que, ainda hoje, não deixa de se colocar : « A pandemia, acaso ou significação ? ».

Por fim, Herman Parret, filósofo declarado e semioticista sem dizê-lo, aceitou nos confiar, para as Bonnes feuilles, o prefácio de uma nova série de seus ensaios a serem publicados em breve, La délicatesse des sens.


E. Landowski

 

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